Chuva no cerrado

Foi num dia assim. Depois de uma seca sem fim no Planalto central, choveu. E não era uma chuvinha pouca, era muita água. Água suficiente pra fazer com que não tivesse ninguém se atrevendo a ficar na rua. E eu te disse que tínhamos que voltar pra casa naquele momento. Tinha pressa em ir. Saímos naquele projeto de chuva que ia se transformando em realidade. De repente você me puxou, parei de correr e recebi um beijo. Daqueles que fazem todo o corpo adormecer, que faz o tempo parar, saliva e água da chuva, e a rua que era só nossa. Num toque eu senti que toda aquela secura do meu coração era um passado, aquele beijo na chuva foi como água pros ipês depois de tanta seca. Eu me segurei em você e não sabia quanto tempo tinha durado. Segundos? Minutos? Anos? Era o meu beijo da chuva, meu esperado beijo de chuva, era meu primeiro amor me rodando nas poças. Era a coisa mais bonita desse mundo.

É assim pra uma menina do cerrado, que vê o céu mais bonito do mundo todo dia, fica quando seu coração está seco, empoeirado, e retorcido. Ela reza pela chuva, ela pede a Deus que passe o mais rápido possível. Ás vezes, o coração da gente precisa de umidade.



Pro meu Bruno.

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''Jéssica Giuliana, 17 anos, Escorpião, Caucasiana, Personalidade Forte e Cabelos Encaracolados. Esta é a Criptonita para o outro Bruno e a Água para este bruno que vos escreve...''

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